PS demarca-se das intervenções e questiona presidente da
Câmara
O crime de lesa ambiente perpetado contra o jardim do Largo
Heliodoro Salgado (Boqueirão) e que levou ao corte de diversas árvores com mais
de 50 anos, levou os dois vereadores do Partido Socialista (PS), Idalina
Trindade e Francisco Cardoso, em carta dirigida à edil de Nisa, a questionarem
as intervenções realizadas naquele espaço público da vila e a pedirem a
imediata suspensão dos trabalhos naquele local. Segue o texto da carta enviada
à Câmara de Nisa.
Exma. Senhora Presidente da Câmara Municipal de Nisa:
ASSUNTO: Intervenção no Espaço ajardinado do Largo Heliodoro
Salgado em Nisa
Exma. Senhora:
Perante a intervenção que está acontecer no pequeno jardim
fronteiro à Repartição de Finanças de Nisa que, a ser levada avante acabará por
descaracterizar de forma abrupta e insensível mais um espaço público que
pertence à memória colectiva da nossa gente, vêm os vereadores do Partido
Socialista junto de Va. Exa. expor o seguinte:
1 – O corte de árvores centenárias num local que carece de
sombreamento em virtude da proximidade com um Serviço Público, uma
Colectividade (para abrigo do sol abrasador que se faz sentir na nossa Terra
durante o Verão) um restaurante e um bar que funciona também com esplanada de
Verão, parece-nos um acto manifestamente alicerçado na falta de bom senso, para
além de representar um “crime de lesa natureza”;
2 – A substituição dos lancis por pedra nova não se nos
afigura absolutamente necessária face a outras prioridades de intervenção
urbanística na vila como seja o exemplo da construção de Cobertura para os
Táxis no local destinado para o efeito na Praça da República, como de resto
propusemos aquando da discussão do Plano de Actividades para 2010, ou ainda e
tão só a título de exemplo, a colocação de um abrigo para passageiros junto ao
local de paragem de autocarros na Rua Júlio Basso…
3 – Porque nos sentimos defraudados naquilo que são e sempre
foram os nossos objectivos enquanto autarcas, de respeitar o princípio da
gestão participada por forma a evitar qualquer atentado semelhante ao que
sucedeu no contexto do abate incoerente e irreversível de espécies arbóreas no
antigo Jardim Público da nossa Terra, como testemunha a nossa árvore das
mentiras com os “cotos” erguidos aos céus” clamando por justiça aos seus
“carrascos”,
4 – Porque nada temos a ver com qualquer processo decisório
subjacente à intervenção no Jardim do Largo Heliodoro Salgado;
Vimos junto de Va. Exa. questionar, e requerer o seguinte,
nos termos do consignado no artº 64º, nº 7, alínea b), e no artº 68º, nº 1,
alínea s), ambos da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações
introduzidas pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro:
a) – A coberto de qual deliberação foi determinada a
intervenção em causa?
b) – A Junta de Freguesia do Espírito Santo foi auscultada
sobre a intervenção em curso?
c) – Que o assunto seja agendado para análise, discussão e
deliberação na próxima reunião de Câmara e que até à sua realização sejam
imediatamente suspensos quaisquer trabalhos e de qualquer natureza no local.
OS VEREADORES DO PARTIDO SOCIALISTA
Idalina Trindade /Francisco Cardoso)
10/5/2010