quinta-feira, 3 de abril de 2014

Cidadãos de Nisa lançam petição

CONTRA A REABERTURA DAS MINAS DE URÂNIO
Um grupo de cidadãos de Nisa decidiu lançar uma petição on-line para afastar o cenário da exploração de urânio no concelho. "O desenvolvimento sustentado que defendemos passa por outro tipo de recursos; o tão famoso queijo de Nisa, o património natural e ambiental livre de focos de poluição", diz a petição que pode ser subscrita aqui .
Na última década, o urânio tem visto o seu preço subir em flecha nos mercados, e o mesmo acontece à insistência dos rumores de que o governo se prepara para reabrir as minas (as últimas foram fechadas há quinze anos na região de Viseu). Nisa é apontada como a única zona do país em que a exploração de urânio pode dar lucro. São 4100 toneladas que abriram o apetite aos vários candidatos que se perfilam para o negócio.
Os cidadãos de Nisa reunidos no "Movimento Urânio em Nisa Não " acusam o governo de fomentar os boatos sobre a decisão de reabrir a mina e de querer acabar com a qualidade de vida na região, caso avance para a adjudicação da extracção do urânio. "Num dia dizem que a exploração de urânio vai reabrir, noutro sossegam-nos e dizem que o governo aposta nas limpas...", afirmam os peticionantes que dão exemplos de uma aposta no desenvolvimento sustentável, como "o projecto termal, o turismo de saúde e o Geoparque".
Post publicado em 26/1/2008

quarta-feira, 19 de março de 2014

NISA: Projecto de Requalificação da Urbanização da Cevadeira


A Câmara de Nisa e a Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Graça promoveram no dia 23 de Julho, uma sessão pública para apresentação do projecto de Requalificação Urbana do Bairro da Cevadeira, na qual participaram eleitos da Câmara e da Junta de Freguesia e técnicos do Gabinete Técnico da autarquia que elaboraram o projecto.
O projecto tem como principal objectivo a requalificação da urbanização da Cevadeira, prevendo-se a definição de passeios e zonas de estacionamentos, assim como a definição áreas de logradouros a ceder aos proprietários, para onde se prevê a marcação de muros que concedam aos arruamentos um carácter mais linear e urbano. A área de intervenção é delimitada pela Rua do Convento, pela Rua Professor José Francisco Figueiredo e pela Rua C (Rua contígua ao Quartel da GNR), ocupando uma área com cerca de 6100m2.
Linhas gerais da proposta
A proposta mantém o desenho existente, excepto em casos onde se prevê a implantação de lugares de estacionamento e de reestruturação do espaço rodoviário, sobretudo em dois cruzamentos. A maioria dos lancis mantém-se; os passeios terão no mínimo 0,90 metros de largura em extensões inferiores a 7 metros, na zona dos muros a construir em zonas contíguas aos estacionamentos a largura mínima dos passeios será de 1,50 m.
Será definida uma linha a partir da qual se fará a conversão do espaço público em logradouro privado, através de uma alteração do loteamento.
Os muros contíguos ao arruamento serão construídos pela autarquia, enquanto que os muros divisórios dos logradouros serão da responsabilidade dos proprietários.
O projecto prevê manter as árvores de arruamento existentes.
Serão criados 25 lugares de estacionamento ao longo da Rua C e no espaço traseiro aos fogos deste arruamento. Na parte traseira da rua C, onde se faz a circulação pedonal e acessos a algumas garagens prevê-se a criação de lugares de estacionamento. Toda esta área será pavimentada em asfalto betuminoso.
O projecto propõe a criação de duas zonas de jogos tradicionais na zona em frente ao quartel da GNR. Nesta zona, reservada à estadia e lazer, serão instalados alguns bancos.
Fonte: Município de Nisa - 2/8/2009
POR ONDE ANDA O "PROJECTO" DA CEVADEIRA?
A informação acima publicada é de Agosto de 2009, ou seja, tornada pública a dois meses das eleições autárquicas, que deram a vitória à CDU, a força política maioritária no executivo municipal de Nisa, o mesmo que, dois meses antes "avançara" com carácter de urgência para o "Projecto da Cevadeira"
Mais de quatro anos depois é pertinente perguntar: que foi feito do "Projecto" da Cevadeira? Que obras ou acções concretas foram desencadeadas e concretizadas? As respostas são simples e estão ao alcance de um simples olhar para aquela zona residencial de Nisa. Nada foi feito. Tudo continua como dantes, arregimentados os votos necessários para a conquista do poder. Não houve tempo, sequer, nem vontade, para concretizar uma deliberação camarária que mandava atribuir nomes aos arruamentos da Cevadeira e Amoreiras.
Os moradores continuam à espera da tão propalada requalificação urbanística, prometida com carácter de urgência. Já lá vão quatro anos...
Até quando continuarão a esperar?
Mário Mendes

sexta-feira, 14 de março de 2014

PONTÁ BITÉFES - ADN: Baralhar e dar de novo

A denominada ADN – Associação de Desenvolvimento de Nisa – assinalou no dia 23 de Maio, cinco anos de existência.
Constituída tendo como objectivo principal, substituir a ADIP, entidade proprietária e gestora da Etaproni – Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Nisa, a sua ainda curta existência tem dado azo a constantes equívocos e manifestações de desconfiança, quer quanto à natureza dos seus fins específicos, quer, sobretudo, quanto ao relacionamento que mantém com a Câmara Municipal de Nisa, entidade que preside à direcção da ADN e que por força dos estatutos detém uma posição leonina no seio da associação, de onde sobressai o direito de veto.
Ora, essa posição privilegiada obrigaria, como é de lei, por um lado, a que a representante da edilidade e presidente da direcção da ADN levasse a reunião de Câmara para análise e resolução, todos os assuntos de importância relacionados com a ADN e, por outro, fosse a fiel depositária e transmissora das deliberações do executivo relativas àquela associação.
Sabemos que não tem sido assim e logo após a tomada de posse do actual executivo municipal, a recondução do director executivo da ADN, após ter posto o lugar à disposição, foi sancionada com o voto favorável da representante do município sem que a vereação tenha tomado conhecimento e deliberado sobre o assunto. Dito de outra forma, a presidente da Câmara não representou a edilidade, como lhe era, rigorosamente, exigido, mas a si própria.
A discussão sobre a posição da Câmara no contexto dos estatutos da ADN levou a que os mesmos fossem revistos e aprovados, em Março de 2010, desta vez sem a presença da presidente da Câmara e uma vez mais, sem o conhecimento, análise e deliberação do executivo camarário.
Face ao exposto, é, no mínimo, estranho, que o boletim camarário editado pela associação, venha perguntar, em artigo do seu director executivo, “porque será que querem destruir a ADN?”
O título do artigo, consubstanciado na pergunta, dá as respostas, onde não faltam as insinuações sobre o perfil e a falta de legitimidade dos eleitos do PS e do PSD na Câmara de Nisa, apostados, segundo o articulista, em exercer “ uma influência absolutamente negativa e a semear ódios e vinganças”, mantendo “atitudes de terra queimada” que sirva os “interesses pessoais imediatos e políticos de médio prazo”, não especificando quais são uns e outros.
O que salta à vista desarmada é que os “interesses pessoais e imediatos” de quem assina o texto são postos em causa, não por que alguém queira, de facto, “destruir a ADN”, mas tão só porque o concelho de Nisa será muito melhor com uma ADN forte, clara, transparente e, sobretudo, independente, onde as relações institucionais não sejam nebulosas e se saiba, exactamente, onde começa a Associação de Desenvolvimento e acaba a promiscuidade com a autarquia e outros apêndices.
E cabe dizer que não são só os eleitos portadores de “uma imprecisa e discutível legitimidade política” que pensam assim, pois a Assembleia Municipal em sessão realizada no dia 28 de Dezembro de 2009, aprovou, por maioria, com 14 votos a favor, 6 votos contra e 2 abstenções, a constituição de uma comissão destinada ao estudo e análise da problemática relacionada com a transição da ETAPRONI-Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Nisa, para a ADN-Associação de Desenvolvimento de Nisa, comissão que foi formada por um eleito de cada força política (PS, CDU e PSD) e que até ao momento ainda não reuniu, não obstante se propor a apresentar resultados até à sessão de 30 de Abril de 2010.
Em causa e de acordo com o que foi afirmado nessa reunião da AM estarão as dúvidas quanto ao processo de transição da Etaproni para a ADN e também o afastamento de Manuel José Belo das funções de director que exercia na Etaproni.
Há, portanto, problemas a carecerem de solução e dúvidas a precisarem ser resolvidas. Uma destas é a que se refere ao passivo da Etaproni (300 mil euros) e que são a “moeda corrente” sempre que se fala na passagem da Escola para a ADN.
A Câmara terá assumido o passivo e aprovado a transferência de verbas para a ADN visando a liquidação gradual do mesmo. No entanto e basta ver o teor das últimas reuniões da autarquia, a aplicação dessas verbas não terão tido o destino para que foram aprovadas e os avalistas (fiadores) da Etaproni têm sido confrontados com a intimação por parte da entidade bancária para que procedam ao pagamento das importâncias em dívida.
São estas e não outras, as principais questões que se levantam sobre a ADN.
E não se pode exterminá-lo?
A Etaproni -Escola Tecnológica, Artística e Profissional de Nisa, integrada na rede de escolas profissionais, foi criada ao abrigo do D. L. nº 26/89 de 21 de Janeiro, estando prestes a completar 20 anos de existência.
Os primeiros anos de vida desta escola profissional em Nisa deixaram muito a desejar. Indefinições quanto ao projecto e oferta educativas, a falta de uma orientação clara e rigorosa, instalações pouco adequadas, traduziram-se no definhar progressivo de um projecto que se apresentara como aliciante e inovador.
A ameaça de encerramento chegou a pairar sobre a Escola, até ao momento em que a direcção da mesma passou a ter na sua liderança Manuel José Videira Belo.
Contando com uma equipa arrojada, dinâmica e empreendedora, a situação da escola, aos poucos, foi-se invertendo, num sentido mais positivo, ao ponto de ganhar projecção nacional e integrar a direcção da ANESPO (Associação Nacional das Escolas Profissionais). Com uma população escolar vinda, sobretudo, do exterior do concelho, à Etaproni faltavam condições básicas, tais como refeitório e alojamentos para que pudesse atrair novos alunos e alargar a oferta formativa.
Este problema arrastou-se durante vários anos, com promessas por parte da autarquia de resolver os problemas mencionados, até que, num acto de desespero, a ADIP terá ameaçado transferir a Etaproni para Portalegre.
Foi este cenário, improvável de materializar, que levou a um braço de ferro com a Câmara e que esteve na origem da constituição da ADN.
A Etaproni passou a integrar esta associação, Manuel Belo demitido das suas funções, “apunhalado” e “proscrito” por alguns daqueles a quem dera a mão e apoiara.
O trabalho desenvolvido em prol da recuperação e projecção da imagem da Etaproni que tão bons frutos deu, foi, rapidamente, postergado para o sótão das inutilidades. O que vem a lume, em todas as reuniões é o “passivo que alguém deixou”, como se passivos e passividade não fossem o pão nosso de cada dia das organizações subsídio-dependentes da senhora Câmara, algumas das quais estão agora na “praça pública”.
O resto da história já todos conhecem. Convém lembrar que este desfecho aconteceu, sem que tivesse sido necessário “semear ódios nem vinganças”, sem haver “terra queimada”, tudo foi feito a pensar no “bem da Nação” e no interesse da “corporação” que domina o concelho de Nisa.

Amén!
Mário Mendes - 10/6/2010

COMUNICADO: Vereadores do PS e PSD sobre a situação das Termas de Nisa


Comunicado divulgado em 8/6/2010

sábado, 1 de fevereiro de 2014

OPINIÃO: Atribulações de uma Porta que já foi da Vila

Um sábado quase meio-dia, junto ao ex-libris de Nisa, a Porta da Vila, a Torre do Relógio, Igreja Matriz e o Forno Comunitário. A Taverna da Vila já tem a porta aberta e vai começar a servir almoços. Quando em minha direcção caminha um desconhecido, um dos turistas que ainda se perdem no labirinto das ruas estreitas da vila de Nisa, com um largo chapéu e num atabalhoado português me coloca a questão:
- Comércio?
Fico sem saber que dizer, raciocino e nada sai. Um mau estar invade-me. O senhor ao ver-me hesitante, continua:
- Ourivesaria ali, aponta para sul. Artesanato ali, aponta a poente. Pingo Doce, Mini preço, somente?
Temos como cenário dois contentores de lixo junto às muralhas de acesso ao Castelo de Nisa, ex-libris de Nisa e Monumento Nacional.
Esta zona, na minha opinião, a mais nobre, deveria merecer melhor atenção. Ainda são alguns forasteiros que ao fim de semana calcorreiam e deambulam pelo Centro Histórico de máquina fotográfica na mão.
Começar pelo Largo Dr. Granja, retirar a estátua do lugar onde está, colocá-la no centro e permitir fluidez no trânsito. Dar á zona a importância que já teve. O largo do comércio local. Da venda do pão confeccionado nas nossas padarias, do nosso queijo, dos nossos produtos.
Poderia ter esplanadas, toldos, cafés, mercearias e também a estátua do Dr. Granja melhor colocada. Mas não, obras novas que mais tarde vemos que não resultam e mesmo assim continuam anos a fio a funcionar mal. Veja-se o caso do transtorno do estacionamento para transportes colectivos e caravanas na Praça da República! Muitas vezes só percebemos mais tarde, já a funcionar, depois das obras feitas que erramos, há que o reconhecer. Sigamos o Plano de Salvaguarda do Centro Histórico e as suas linhas orientadoras, mais atentamente. Foi feito para nos guiar e servir. Reabilitar, revitalizar o nosso Centro Histórico, o nosso património, a nossa história.
Lembremos que o Largo ainda recentemente tinha estas características, recuemos duas ou três dezenas de anos... Lembremos, além de outras, das lojas bem localizadas e movimentadas bem no Centro da Vila, das senhoras Maria José do Nabão e Tá Carita. As mercearias tinham padarias incorporadas e eram os melhores depósitos de pão do concelho de Nisa, aos sábados, no verão, era vendida uma enorme quantidade de pão e bolos tradicionais não só a residentes como a turistas. Podia terminar agora com este fenómeno de esvaziamento dos centros históricos, em tantas das nossas cidades e vilas, para as periferias, do aparecimento das grandes superfícies comerciais e da matança do comércio local.
Com o facilidade com que bancos e empreiteiros oferecem casas e empréstimos, dilatando prazos até ao fim da vida, e mesmo para alem dela. Com contratos de juros dissimulados em letra miudinha.
Renegaram-se origens, associou-se a madeira e a pedra a uma vida de miséria. Tenta-se esquecer um passado de ditadura e opressão. Quando estas casas reabilitadas e adaptadas são bem melhores que as que o empreiteiro nos quer vender.
José Moura - 30 Setembro de 2010

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

PONTÁ BITÉFES: Governo e Oposição...

... A mesma “cambada” são?
O slogan que dá nome ao título (sem o ponto de interrogação) é do período revolucionário, e tem o “selo” do MRPP, na altura sob a batuta de Arnaldo Matos, o grande “Educador da Classe Operária”.
Vale a pena discorrer sobre o seu significado, na actualidade, tendo em conta de que um e outro sujeito (Governo e Oposição) deveriam ser, em princípio, antagónicos.
No entanto e tomando como exemplo, o que se passa a nível do Governo (central) vemos que o maior partido da “Oposição” dá a mão ao Governo, não se opõe às suas políticas nefastas para o país e para os sectores mais desfavorecidos da população, talvez na vã ilusão de se apresentar como “patriótico”, e deixar que o “fruto” (Governo) caia de podre.
A nível local, o cenário é, radicalmente, diferente. A Oposição, opõe-se, faz o seu papel e nunca como hoje em Nisa se ouviu falar tanto de Oposição.
Apresenta-se um “projecto âncora” para o concelho, enquanto as Termas definham a olho nu - por falta de clientela e das medidas que, antecipadamente, deveriam ter sido tomadas - e lá ouvimos nós o discurso da vergasta na Oposição.
Há um espectáculo de teatro de revista em Nisa, com entradas pagas (15 euros) e os espectadores que pensavam que era “Só Rir..., acabam por ter de gramar a mesma choradeira sobre a Oposição e a louvaminha sobre as virtudes da senhora presidente e da Câmara, que tanto apoio dá aos velhinhos.
Não disse, o speaker de serviço, que o espectáculo anunciado há quase um mês, sendo organizado pela ADN e pela Câmara, só foi ao conhecimento do executivo (leia-se Oposição) três dias antes da sua realização.
Estas decisões nem sequer são estranhas. Desde que entrou em funções, após o acto eleitoral de 2001, Gabriela Tsukamoto tem procedido, sempre, da mesma forma.
No primeiro mandato, sem maioria absoluta, “comprou” o apoio da “Oposição” oferecendo aos dois vereadores do PSD, cargos a meio tempo.
Estes, calaram-se, quando deviam, em pleno exercício das suas competências e funções, dizer não e bater o pé, a alguns projectos nefastos para o concelho de Nisa e sobretudo, para a própria vila. A Nisa, “terra, pedra, pedra, terra, pedra, pedra” não “nasceu” sozinha e por obra e graça da Santa Gabriela. Outros também tiveram culpa no cartório, aprovaram, disseram “ámen” e sacudiram a água do capote.
No mandato seguinte, com maioria absoluta, dispôs a seu belo prazer da governação camarária: a Valquíria e o faz, desmancha, torna a fazer, torna a desmanchar, são a imagem de marca deste mandato. A par da derrapagem financeira e dos estrangulamentos que a mesma tem provocado, a vários níveis, bem patentes, aliás, na controversa aprovação do Relatório de Actividades e Contas do exercício de 2009.
Não é aceitável, por muito que “chovam” as ladainhas, apontar o dedo ao “trio de todos os males” (Oposição), quando esta, no exercício das suas competências e com uma precisa (regulamentada) e indiscutível (foram eleitos pelo povo) legitimidade política, tenta travar o processo brutal de endividamento da autarquia e obstar à realização de obras faraónicas que trazem ainda mais encargos financeiros.
Aos poucos, os habitantes do concelho vão conhecendo os contornos da “paz podre” que impera nos edifícios municipais, onde, como diz o povo, “o calado é o melhor”.
Não sendo possível calar para sempre e tal como o azeite, a verdade surge “ao de cima” e mostra o clima pantanoso de clientelismo e cumplicidades tecidas pela teia dirigente camarária.
Um sujeito que está impedido pelo Tribunal de exercer funções públicas e que escreve sobre a ADN num boletim camarário suportado pelos munícipes e a que deu o nome de “jornal”, retoma a mesma tecla e lá vem bater nos vereadores da Oposição, como se os mesmos fossem portadores de algum vírus contagioso e mortal.
E, sentindo o cargo, pelo qual é chorudamente pago, ameaçado, lança impropérios e escreve esta autêntica pérola, acusando os “vereadores eleitos pelo PS e PSD para a Câmara Municipal de Nisa, a pretexto de tudo e de nada e de uma imprecisa e discutível legitimidade política, pura e simplesmente pretenderem acabar com a ADN.
Isso mesmo, tal como leu “uma imprecisa e discutível legitimidade política”, sic.
Fico na dúvida e pergunto se esses eleitos da Câmara Municipal (Idalina Trindade, Fernanda Policarpo e Francisco Cardoso) e que representam a Oposição, não terão sido submetidos ao mesmo sufrágio universal realizado no concelho de Nisa em 11 de Outubro, e a que concorreram os outros eleitos, Gabriela Tsukamoto e Manuel Bichardo.
Será que, na altura, estariam sob a alçada da justiça e impedidos por decisão judicial de concorrer a cargos políticos? Ou será que os votos que os elegeram resultaram de alguma “chapelada” e de processos pouco claros como, é voz corrente, aconteceu numa das freguesias do concelho para beneficiar a coligação vencedora?
O “coro das carpideiras” sobre a Oposição irá subir de tom. Os munícipes do concelho têm de estar atentos, fazerem as leituras que considerem adequadas e não se deixarem embarcar no “canto da sereia”.
Governo e Oposição, nem sempre, a mesma “cambada” são.
E, o clamor que vai na praça pública mostra, indubitavelmente, que em Nisa, pela primeira vez em muitos anos, corre uma brisa democrática e saudável, inspiradora de confiança.
O tempo da música de uma nota só, está, irremediavelmente, a chegar ao fim...
Mário Mendes - 7/6/2010

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Jornada de protesto contra a exploração do urânio

19 DE OUTUBRO EM NISA
O MUNN - Movimento Urânio em Nisa Não, com a colaboração da CMN - Câmara Municipal de Nisa, ADN – Associação para o Desenvolvimento de Nisa, Nisa.Com – Associação Comercial do Concelho de Nisa, Terra – Associação de Desenvolvimento Rural de Nisa, Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza e Comissão de Ex-trabalhadores da ENU – Empresa Nacional de Urânio, vai promover no próximo dia 19 de Outubro (Domingo), uma JORNADA DE PROTESTO contra a exploração de urânio no Concelho de Nisa.
Assim, entre as 9,30 h e as 11,30 h, no Cine Teatro de Nisa, irá decorrer uma Tribuna Cívica, com a participação da Comissão dos Ex-Trabalhadores da ENU e coordenada pelo CES – Universidade de Coimbra, onde reconhecidos juristas, prestigiados académicos e outras personalidades convidadas efectuarão o balanço e aprovarão conclusões relativamente à exploração de urânio em Portugal, a que se seguirá a Marcha da Indignação até à jazida de urânio situada entre as Freguesias urbanas da Vila de Nisa (Nossa Senhora da Graça e Espírito Santo) e a Freguesia de S. Matias.

Os objectivos de tal Jornada, além da sensibilização das populações locais e limítrofes para os riscos que a eventual exploração de urânio comportará, visam ainda prevenir o País e o Governo, por um lado para o grave impacte que daí ocorrerá, por outro para a incompreensível desconsideração humana que tal decisão pressuporá e, por último, para o facto do modelo de desenvolvimento, investimentos em curso e economia local do Concelho de Nisa e envolvente não serem compatíveis com a exploração de urânio ou quaisquer outras agressões ambientais.
11 Outubro 2008

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

NOVO CENTRO DE SAÚDE: Presidente da Câmara declara-se "incompetente"

Lê-se e não se acredita no que refere o conteúdo de uma deliberação camarária produzida no dia 1 de Abril deste ano (talvez não tenha sido por acaso, que a mesma tenha esta data...)
Ponto Nº 6 – DF – Deliberação Nº 131/2009 – SESSÃO DE 1/4/09
Construção do novo Centro de Saúde de Nisa – Cedência de terreno ao Município, por parte da Santa Casa da Misericórdia de Nisa.
Relativamente ao assunto a que acima se faz referência, a Mesa da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Nisa deliberou, em sua reunião realizada no dia 5 de Dezembro de 2008, ceder à Câmara Municipal de Nisa e tendo em vista a construção do novo Centro de Saúde, uma parcela de terreno, localizada no anexo ao actual centro, facto que foi comunicado por aquela instituição a esta autarquia, através do seu Ofício Nº 384 Pº 15, datado de 17 de Dezembro de 2008.
Nesta conformidade e tendo em conta o conteúdo da Informação/Proposta Nº 43/09, com data do dia 30 de Março de 2009, da Divisão Financeira/Secção de Aquisições e Património, a Câmara Municipal de Nisa reunida aprova, por unanimidade, aceitar, nos termos do disposto na alínea h) do Artº 64º da lei nº 169/99, de 18 de Setembro, a doação efectuada pela Santa Casa da Misericórdia de Nisa, do prédio em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização independente, sito na Rua dos Combatentes da Grande Guerra, em Nisa e inscrito na matriz predial urbana da freguesia do Espírito Santo, da Vila e Concelho de Nisa sob o artº nº 1702, com uma área de 4.154,00m², que confronta pelo Norte, Sul, Nascente e Poente com via pública, o qual se destina à construção do novo Centro de saúde de Nisa.
A Presidente da Câmara Municipal de Nisa referiu, fazendo questão que a sua intervenção ficasse registada em Acta, que o Centro de Saúde que irá ser construído não é já hoje uma realidade e não será feito “de borla”, devido à incompetência de anteriores executivos nisenses, responsáveis de serviços de saúde e direcções da Santa Casa da Misericórdia de Nisa.
Esta declaração é, no mínimo surpreendente, sabendo-se, como se sabe, que a actual presidente da autarquia está a completar oito anos no cargo (2 mandatos) e que no mandato anterior (1998-2001) fez igualmente parte do executivo como vereadora.
Já é triste que, publicamente, se oponha o carimbo de incompetência, a responsáveis e eleitos de instituições com as quais a Câmara deve manter uma relação privilegiada.
Ao fazê-lo, Gabriela Tsukamoto, está a incluir-se no rol de incompetentes, pois, em sete anos de mandato como presidente e em quatro como vereadora, nenhuma proposta ou tomada de posição se lhe conhece no sentido da construção do novo Centro de Saúde de Nisa.
Por nada ter feito nessa matéria nestes quase oito anos como chefe do executivo (repare-se que a decisão de doação de terreno por parte da Misericórdia, só após quatro meses é que chegou à reunião de Câmara) não fica a bem a Gabriela Tsukamoto imputar a outros, responsabilidades e incompetências, que também lhe cabem, em larga medida.
Como diz o povo: "cantas bem, mas não me alegras!".
Mário Mendes - 1/8/2009

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

NISA: Alerta para a situação de prédios urbanos degradados e devolutos


RECOMENDAÇÃO À ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE NISA
"A implantação e crescimento de novas áreas urbanas, principalmente na vila de Nisa, a par do crescente despovoamento dos centros históricos e das aldeias do concelho, gerou uma situação que pode considerar-se alarmante, criada pelos factores referidos e também pela falta de manutenção dos imóveis por parte dos proprietários.
Refiro-me ao problema que está bem patente em todos os núcleos urbanos do município, onde existe hoje um número crescente de imóveis degradados e devolutos.
Trata-se de uma situação que, além de degradar o ambiente urbano, cria situações de profunda e permanente insegurança, revelada a dois níveis: a segurança dos edifícios em risco de desmoronamento, com as suas implicações nos edifícios e áreas adjacentes e na própria protecção civil; a insegurança gerada por “usos” menos próprios de tais edifícios onde, muitas vezes, prolifera o consumo e tráfico de estupefacientes, não contando com as questões de insalubridade que tais usos provocam.
A situação contribui também para distorcer profundamente o mercado de habitação, penalizando as condições de habitação de muitas famílias.
Em Nisa, sobretudo no Centro Histórico, há edifícios em situação tal de degradação que não pode manter-se por mais tempo.
É urgente uma intervenção da Câmara Municipal, já que como é do conhecimento, o Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (CIMI) faculta aos municípios um conjunto de instrumentos que permitem desincentivar estas situações, penalizando-as fiscalmente. A sua utilização carece, porém, de um processo prévio de identificação dos prédios degradados e devolutos há mais de um ano, existentes na área do município.
Pelo exposto, sugiro/ recomendo à Assembleia Municipal de Nisa, reunida em sessão ordinária em 28/06/2010, que alerte a Câmara para a gravidade da situação e que a mesma:
1 – Promova uma campanha de sensibilização para que os proprietários procedam às reparações indispensáveis;
2 – Intervenha, nos casos de maior gravidade e se após as diligências com os proprietários, estas se tenham revelado infrutíferas;
3. Proceda, com urgência, à identificação dos prédios urbanos degradados e devolutos há mais de um ano, existentes na área do município;
4. Disponibilize essa listagem à Assembleia Municipal.
Nisa, 28 de Junho de 2010
Mário Mendes

domingo, 19 de janeiro de 2014

OPINIÃO - Cá na terra... havia um queijo.

Chegava-me a Moçambique, terra das minhas primeiras memórias, enviado por meus avós maternos, conservado em azeite.
Regressado a Portugal, fui andando de terra em terra, primeiro ao sabor das transferências de serviço de meu pai, depois vogando para onde as marés da minha própria vida me levavam. Mas ficou-me esse gosto de queijo na boca.
Recordo perfeitamente a minha primeira visita a Nisa, lá pelos finais dos anos 80, vindo de Lisboa, a caminho da Serra da Estrela. E a segunda também, já em finais dos anos 90, pela mão de amigos cá da terra para quem trabalhei nos arrabaldes da capital. E também me lembro que em ambas as vezes comprei Queijo de Nisa.
As tais marés da vida acabariam por me trazer até esta terra, onde me radiquei, constitui família e tenho como minha.
O Queijo de Nisa passou a ser, agora próximo dos seus produtores, oferta habitual a amigos e familiares, prenda entregue com orgulho e a certeza de que a mesma será apreciada.
E a que propósito vem tudo isto?
Acabo de ver mais um programa da série "A alma e a gente" de José Hermano Saraiva, difundido na RTP2, dedicado a Portalegre. Lá para o fim do programa, depois das loas do costume à localidade em foco, e para minha surpresa, depois de uma referência aos vinhos de Portalegre, ouço também uma referência ao queijo, e cito, "(...) o queijo de Portalegre, que ainda recentemente foi considerado por uma revista americana um dos melhores do mundo."
Alto e pára o baile! Queijo de Portalegre?
Já não me chegava o dito queijo premiado ser feito em Monforte, a 65 quilómetros de Nisa, que por razões que, pelo menos a minha, razão desconhece, tem a Denominação de Origem Protegida (DOP) "Queijo de Nisa", ainda tenho agora que ouvir que o queijo é de Portalegre? Haja vergonha, já que não há rigor!
Ainda durante a última "Volta a Portugal em Bicicleta" ouvi desconsideração de igual quilate, quando a um Prémio da Montanha implantado em plena Serra de S. Miguel, ali por alturas do cruzamento do Arneiro, foi dado o nome de Alto de Ródão, repetido em todos os órgãos de comunicação social que cobriam o evento.
Desconheço se a nossa Câmara apresentou algum protesto por este erro, mas se não o fez então deveria fazê-lo agora. Pela parte que me toca, vou de seguida enviar um mail para a produtora do programa, dando-lhe conta do seu erro e do meu desagrado. Quem não se sente, não é filho de boa gente.
in http://maladeporao.blogspot.com
NOTA DE RODAPÉ
Cá na terra havia muitas coisas boas, não só o queijo, os enchidos, o artesanato, o azeite, mas também a lã, o engordar do bacorinho, os rebanhos, o matadouro, os quintais de festa, as tradições, os maranhos, a cozinha regional, os trajes, a música, as festas, o sotaque, único e inconfundível, a história e o património.
Com o tempo, a insensatez de uns e o “deixa andar” de outros, tudo se foi perdendo.
Esta terra já teve (quase) tudo e tudo vai deixando fugir em favor de outros interesses.
Mas, não perderá - enquanto houver força e lucidez - uma última trincheira de revolta, indignação e de denúncia daqueles que fazem "ouvidos de mercador" e, perante os esbulhos patrimoniais de que somos alvo, assobiam para o lado.
Mário Mendes - 23/11/2008