sábado, 24 de novembro de 2012

OPINIÃO: Que é feito da Bienal da Pedra?


Alpalhão é terra de granitos, enchidos e gente laboriosa. Gente que outrora viveu da agricultura e tem um verdadeiro orgulho das suas tradições.
Os granitos deram nome e proveito a Alpalhão e ao concelho de Nisa. Uma riqueza que jazia adormecida no ventre da terra e hoje é reconhecida em todo o mundo, seja através da pedra transformada em calçada de arruamentos e avenidas, em edifícios ou em memoriais como o das Vítimas do Challenger, nos EUA.
A importância dos granitos de Alpalhão galgou fronteiras e trouxe até nós artistas, “escultores da pedra” que em iniciativas como a Bienal, “plantaram”, nesta vila e arredores, um autêntico museu dos granitos ao ar livre. Não há terra no Alentejo e no país, com tantas e belas esculturas em granito como em Alpalhão.
Por isso, urge perguntar: que é feito da Bienal da Pedra? Um e outro ano adiada, remetida para o sótão das “coisas inúteis”, enquanto se gastam milhares de euros em “valquírias” e outras obras faraónicas, sem uma explicação razoável, quer aos autarcas da freguesia, quer à própria população.
A Bienal da Pedra deixou de fazer sentido ou de entrar nas preocupações de quem gere o Município? Não há dinheiro para esta iniciativa? Alpalhão deixou de integrar o concelho?
Os alpalhanenses merecem uma resposta. Concisa e clara.
Se não há verbas para a Bienal, faça-se uma Trienal!
Deixar morrer, sem apelo nem agravo, nem sequer uma simples explicação, um tão belo exemplo da “arte ao vivo”, é que não me parece correcto.
Que é feito da Bienal da Pedra? Alguém ouve? Alguém responde? Quem?
Mário Mendes in "O Distrito de Portalegre" - 29/10/09