sábado, 24 de novembro de 2012

OPINIÃO: Nisa está enferma!


Albergaria do Fratel: Monumento à incúria e ao abandono
Desleixo e abandono numa obra suportada pelo erário público
Já há longos anos, foi-me apresentada uma pessoa (por acaso, bastante culta e com obra literária feita) que de imediato me perguntou qual era a minha terra natal.
Respondi-lhe que era natural de Nisa. A pessoa em questão, teceu rasgados elogios à beleza da nossa Terra, principalmente ao Jardim e Fontanário, então existentes.
Palavras, estas, que me encheram de orgulho de ser natural de uma Terra que no entender da referida pessoa era um jardim.
Anos volvidos, a mesma pessoa, por certo, diria que a Praça da República mais não é do que uma eira que serviria para fazer as célebres debulhas e malhas de cereais.
A título de desabafo, de certeza comungado pela maioria, a minha Terra está diferente mas, infelizmente, para pior (talvez pelas obras de Stª Engrácia).
Outros exemplos, quiçá, provenientes do cansaço ou inoperância, podem ser referidos.
Só dois exemplos chegam para corroborar o que atrás refiro, com tristeza:
A Rua Júlio Basso, nos meus tempos de jovem era, por assim dizer, o coração da Vila, com os seus comércios, etc. (podíamos até chamar-lhe a Rua do Comércio).
Hoje, o que é?
Um exemplo singular de mau gosto, embelezada com vasos ferrugentos (quais potes de noite, em ponto grande), os postes de electricidade quase no meio da rua, dificultando a passagem dos peões motivado por um trânsito caótico, ali instalado.
Será que quem deve, por obrigação, verificar, não utiliza a Rua, quiçá pelos motivos referidos?
Acrescento, por agora, mais uma aberração com contornos de muita responsabilidade, legal, moral e, não só: a célebre albergaria do Tejo.
Sobre isto, até me custa falar (estamos em 2009), pois nunca tive conhecimento, em parte alguma, do desleixo a que um edifício como este chegou. Pobre País, Pobre Concelho.
Gostava de saber, e estou convencido que também todos os Nisenses, a quem será imputável a responsabilidade, quiçá criminal, do descalabro praticado com a indiferença a que “aquilo” chegou.
Na verdade, Nisa sofre de anemia aguda, que urge debelar.
Faço votos para que Nisa, torne a ser, o tal jardim que já foi.
Por hoje chega, pois muito há que lamentar.
Delfino Bento Amaro – in A Voz dos Leitores - “Nisa Viva” nº 16 - Maio 2009