domingo, 15 de julho de 2012

PATRIMÓNIO: Uma subscrição para o Menir do Patalou

Primeiro, não se sabia que eram os donos do terreno. Depois, os contactos eram difíceis e complexos, do tamanho da montanha erguida pelos burocratas da Praça do Pelourinho. Por iniciativa privada, vieram os proprietários, derrubaram-se as barreiras, desimpediram-se os burocráticos argumentos e pensou-se: É desta!
Qual quê. A maioria camarária que enxameia os discursos de “cultura” e de “património” diz não ter, agora, dinheiro para levantar o Menir, como se a tarefa ficasse tão dispendiosa como uma visita das “tias”.
O Patalou fica lá para “cascos-de-rolha” e uma pedra, mesmo gigante, está muito melhor deitada, dormindo a sono solto, tal como está há milhares de anos. Por que é que querem, afinal, levantar a pedra? Não estará melhor no sítio onde está? Sossegada e sem chatear ninguém? Já viram o investimento que temos de fazer nas Termas, ou na Zona Industrial? Não repararam, ainda, nos postos de trabalho que temos criado? E no combate à desertificação do concelho?
Uma pedra... Ainda se fosse um edifício de dez andares, uma rotunda, ou um monumento aos emigrantes...
Deixem-se disso e pensem mas é no progresso do concelho!
in "Jornal de Nisa" - 241 - 17/10/2007
CINCO ANOS A "MARCAR PASSO"
Nada mudou, cinco anos após a publicação deste artigo. A Câmara não mexeu uma palha, ninguém se levantou da cadeira e procurou saber como resolver, finalmente, uma situação simples e de resolução fácil.
Faltará dinheiro? Vontade? Interesse? O menir não acrescenta nada ao património concelhio? A autarquia tem mais que fazer do que preocupar-se com um "calhau"?
A de Castelo de Vide pensou de modo diferente e investiu na recuperação do menir da Meada. Criou mais valias para a freguesia de Póvoa e Meadas, mais visitantes, um novo foco de interesse.
Por aqui, pensa-se e age-se de maneira obtusa. Pouco interessa, o que a outros desperta interesse.
A Câmara julga-se dona e senhora da vontade colectiva. Tudo tem que passar pelo filtro dos "censores" municipais em todas as áreas. Iniciativa de fora é vista de soslaio e com desconfiança.
Por isso, chegámos a este ponto...
"Nem uma agulha bulia / na quieta melancolia /dos pinheiros do caminho", escreveu o Augusto Gil.
O Menir há-de erguer-se um dia, não muito distante, nem que para tal tenha que fazer-se uma subscrição pública. Palavra de Óbelix!